Conheça a cientista brasileira que está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo!
Celina Turchi é uma pesquisadora da fundação Oswaldo Cruz, médica epidemiologista a goiana foi citada, pela Time em 2017 como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. A revista é muito influente e seleciona todo ano personalidades conhecidas, líderes mundiais, atletas, empresários, entre outros. Este ano, além de Celina, o jagador Neymar Jr foi classificado na lista.
A linha de pesquisa do grupo que conta com epidemiologistas, neurologistas, biólogos e especialistas em doenças infecciosas, conseguiu demonstrar relações bastante significativas entre o Zika vírus e a microcefalia, um problema que atualmente afeta muitas crianças no Brasil.
Em 2016, Celina foi citada entre as 10 cientistas mais importantes pela Nature, uma revista britânica muito influente no mundo da pesquisa, devido ao seu trabalho que reuniu mais de 30 profissionais e instituições do grupo Merg Microcefaly Epidemic Research, que com 3 meses de pesquisa conseguiram provar que o Zika vírus pode ser responsável pela microcefalia.
Apesar de ser considerada muito influente nessa área, a pesquisadora disse em uma entrevista à Agencia Brasil, que se considera uma representante do trabalho, e valoriza o esforço de todos os outros envolvidos, além de apoiar o fornecimento de recursos para a pesquisa e de comentar sobre aspectos a saúde publica brasileira.
Segundo ela, o reconhecimento vindo do trabalho, é de grande valor não só para que outros cientistas conheçam, mas para que os recursos necessários para dar continuidade à pesquisa e melhorar as condições das instituições educacionais públicas sejam mantidos, principalmente para que haja conhecimento de como agir mediante essas novas ameaças a saúde.
Em relação ao setor público de atendimento e pesquisa médica no Brasil, Celina avalia como de excelência, mas que muitas pesquisas e métodos aplicados aconteceram devido a ajuda de pesquisadores e instituições de âmbito internacional. Celina também destaca a importância da manutenção e investimentos nesses setores como forma de segurança para ameaças à saúde locais que podem se tornar globais.
Pelos índices da epidemia de vírus Zika, a pesquisadora relata que houve uma redução dos casos no nordeste e que o fato é esperado dentre as epidemias, porém ainda não há como predizer como será no futuro, se outros fatores poderão potencializar a atividade do vírus e como as pessoas estarão mobilizadas. Segundo ela, arboviroses como essas se tornaram grandes ameaças à população devido a grande desigualdade social, estudos mostraram que regiões defasadas socioeconomicamente facilitam a proliferação de vetores e a disseminação da doença nas áreas urbanas.
Em resposta a uma pergunta sobre o que o Estado brasileiro deve fazer de agora em diante, Celina esclarece que é preciso fornecer acompanhamento de crianças com infecção congênita por zika e sífilis também. De forma que atenda os familiares, afim de reduzir esse impacto que essas doenças causam na vida das famílias.
É muito gratificante saber que uma mulher brasileira está sendo a responsável por um trabalho tão reconhecido e de tamanha importância no Brasil e no mundo. Celina, diz que sua trajetória de vida não foi diferente das outras mulheres. Ela interrompeu sua formação por um tempo, mas se casou, teve filhos e conta com o apoio da família. Quando foi estudar em Londres, sendo bolsista da CNPq ela era chamada de "mature student" por ser mais velha. Mesmo com tudo isso, a pesquisadora incentiva as mulheres a buscarem seus desejos, por mais que haja diferenças entre as carreiras femininas e masculinas, ela diz que a vida é sempre surpreendente e que contribuir para situações extraordinárias como essa, é tudo que se espera de uma realização profissional.
Fonte: http://exame.abril.com.br/ciencia/a-cientista-brasileira-entre-os-100-mais-influentes-da-time/
